Rattan Lal, colaureado com o Prêmio Nobel da Paz em 2007 e vencedor do Prêmio Mundial da Alimentação em 2020, acredita que a agricultura do Brasil serve como modelo para países pobres e em desenvolvimento. A declaração ocorreu na 78ª Semana Oficial de Engenharia e Agronomia, realizada em Gramado (RS).
O aposentado por Lal recebeu o nome “Como a agricultura brasileira pode contribuir para a sustentabilidade global”. De acordo com o jornal a Gazeta do Povo, ele citou o Programa ABC. Por meio dele, a produção de baixo carbono recebe incentivo no Brasil com linhas de crédito subsidiadas pelo governo federal.
“O sucesso do programa ABC precisa ser traduzido, extrapolado e amplificado para países em desenvolvimento ao redor do mundo”, afirmou Lal. “O milagre do cerrado é um exemplo do que pode ser feito na África.”
Agricultura do Brasil e o cerrado
O assim chamado milagre do cerrado consiste no processo que transformou as áreas com esse bioma no Brasil em agricultáveis. O processo ocorreu graças à parceria da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e os agricultores. Foram décadas de muita ciência e trabalho duro.
Graças a essa conquista, o país se tornou referência mundial em produção agrícola tropical e um dos pilares da segurança alimentar do planeta. As savanas africanas se assemelham aos cerrados brasileiro.
A Região Centro-Oeste do território nacional figura como o exemplo mais proeminente dessa conquista. Mato Grosso se destaca como o Estado que mais produz soja no país — a cultura é o carro-chefe do agronegócio brasileiro.
Contudo, não foi apenas essa parte do país que alcançou esse sucesso. Também existem áreas em alguns lugares do Sudeste, do Norte e até mesmo do Nordeste brasileiro que se beneficiaram dessa conquista.
Matopiba é um desses exemplos. O nome é o acrônimo de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Criada por um decreto de 2015, essa demarcação de terra é composta por parte dos municípios desses Estados que estão em áreas de cerrado. A soja é o carro-chefe da agricultura local, assim como no Mato Grosso e no Brasil.
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