A segunda edição do Estudo de Inadimplência do Produtor Rural da Serasa Experian mostrou que pouco menos de 16% desses trabalhadores estavam inadimplentes em março. De acordo com a publicação, a média geral é de 40%.
O levantamento foi realizado em sete Estados grandes produtores agrícolas: Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins. A pesquisa revelou estabilidade em relação à edição anterior, realizada em 2021.
Para Marcelo Pimenta, head de Agronegócio da Serasa, a pesquisa demonstra como o desempenho do setor conseguiu se manter estável durante a pandemia.
“O agronegócio, um dos principais motores da economia no país, continuou gerando empregos e renda neste período, contando também com preços favoráveis à comercialização de seus produtos”, analisou Pimenta. “Os ganhos dos produtores se mantiveram ou até cresceram em alguns casos, fazendo com que muitos conseguissem pagar as contas, mitigassem riscos e evitassem a inadimplência.”
Apenas no Tocantins, a inadimplência do produtor rural ficou no mesmo nível da média geral. Segundo Luiz Rabi, economista da Serasa, a situação pode ser explicada pela faixa de renda do setor no Estado. Conforme a coleta, a região concentra a maior proporção de produtores que recebem até R$ 2 mil.
“Quando comparado com as demais regiões analisadas, vemos que mais da metade das pessoas no Tocantins tem uma renda inferior”, disse Rabi. “Dessa forma, devido ao encarecimento dos insumos, das contas básicas e da taxa de juros, ficou mais difícil manter o orçamento em ordem, e a inadimplência, naturalmente, tende a aumentar.”
Inadimplência do produtor do rural por renda
A pesquisa ainda mostra que a faixa de renda acima de R$ 10 mil tem a menor inadimplência do produtor rural (cerca de 12%). Na segunda posição, aparece a menor renda, até R$ 1 mil, com 14,9%. O pior resultado é para quem recebe entre R$ 2 mil e R$ 4 mil (19%).
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