A frente fria que atravessa o Brasil, nesta quarta-feira, 2, marca a chegada do primeiro sistema frontal significativo de outubro. O fenômeno traz mudanças climáticas e instabilidades para várias regiões do país, que avançam lentamente e resultam em chuvas volumosas e ventos fortes.
As precipitações devem ocorrer especialmente no Sul, em Mato Grosso do Sul e em São Paulo. A intensidade deve aumentar nos próximos dias. De acordo com a empresa Climatempo, desde a terça-feira 1º, o Sul do Brasil já enfrenta chuvas significativas por causa da frente fria. O destaque fica para o Rio Grande do Sul.
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Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mostram acumulados de chuva nas últimas seis horas, que variam em intensidade. Em o Fundo (RS), o volume chegou a 43,6 mm, causando alagamentos. São Luiz Gonzaga (RS) registrou 33,2 mm, enquanto Lagoa Vermelha (RS) teve 24,8 mm, Palmeira das Missões (RS) 21,6 mm e Vacaria (RS) 15,6 mm.
Informações do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais mostram volumes ainda maiores em algumas cidades. o Fundo novamente se destacou, com 55,4 mm.
Ijuí (RS) teve 46,4 mm, e outras cidades gaúchas, como Santa Rosa (19,8 mm), Vacaria (22,2 mm) e Caxias do Sul (15,6 mm), reforçam a intensidade das chuvas. Esses volumes são consideráveis para um curto período e indicam chuvas contínuas ou pancadas intensas que podem causar alagamentos e enxurradas.
Ventos fortes no Rio Grande do Sul
Além das chuvas, o contraste entre a massa de ar quente no centro do Brasil e a massa de ar fria associada à frente fria intensifica os ventos. Isso provoca rajadas significativas no Rio Grande do Sul, conforme dados do Inmet.
Em o Fundo, rajadas chegaram a 91 km/h, apresentando risco de queda de árvores e interrupção de serviços. Outras regiões gaúchas também registraram ventos fortes, como Santo Augusto (65 km/h), Cruz Alta (63 km/h), Vacaria (57 km/h) e São Luiz Gonzaga (52 km/h).
Durante esta quarta-feira, o avanço da frente fria se concentra na faixa central do Paraná e no centro do Rio Grande do Sul. A região terá chuvas moderadas a fortes ao longo do dia, com destaque para o norte do Rio Grande do Sul e sudeste de Santa Catarina. Tempestades isoladas e chuvas volumosas devem atingir as regiões.
Ventos intensos também são previstos em amplas áreas do Sul, de Mato Grosso do Sul e de São Paulo, com rajadas entre 40 km/h e 50 km/h. Nas áreas litorâneas, como o litoral sul de São Paulo e partes do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, as rajadas podem superar 70 km/h. Os vendavais reforçam a necessidade de atenção para atividades costeiras, como navegação e pesca.
Ao longo dos próximos dias, a frente fria avançará lentamente para o norte e para o noroeste, levando instabilidades para Mato Grosso do Sul e São Paulo. A faixa leste de São Paulo será particularmente afetada, com alerta para temporais, chuva forte e possibilidade de ventos intensos, que podem superar 50 km/h.
O que é frente fria
Uma frente fria é um fenômeno meteorológico que ocorre quando uma massa de ar frio avança e substitui uma massa de ar quente. Meteorologistas associam a frente fria à queda de temperatura, ventos mais intensos, aumento da umidade e geralmente traz chuvas, tempestades e até trovoadas.
O encontro das duas massas de ar, uma quente e outra fria, provoca instabilidade na atmosfera. O fenômeno resulta em mudanças rápidas nas condições climáticas.
Quando uma frente fria chega, o ar frio, que é mais denso, empurra o ar quente para cima. À medida que o ar quente sobe, ele se resfria, e a umidade presente no ar se condensa, formando nuvens, o que muitas vezes leva à precipitação. Depois da agem da frente fria, o tempo tende a ficar mais seco e a temperatura mais baixa.
Essas frentes costumam ser acompanhadas por mudanças de pressão atmosférica e podem ter efeitos mais pronunciados, dependendo da estação do ano e da região onde ocorrem.
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