(J. R. Guzzo, publicado no jornal O Estado de S. Paulo em 10 de maio de 2025)
A Igreja tem um novo papa, e todos os especialistas, compreensivelmente, fazem os seus melhores esforços para explicar que tipo de mudança isso pode trazer — ou se haverá mesmo, no fim, alguma mudança. De novo, o que sai desses labores interpretativos é uma fotografia desfocada.
O papa tem muita importância, é claro, ainda mais sendo ele um norte-americano, coisa que ocorre pela primeira vez em 2000 anos de história da Igreja. Mas o que interessa, mesmo, não é bem o que vai acontecer no Vaticano, e sim o que está acontecendo com os católicos.
+ Leia notícias de Cultura em Oeste
Igreja, para ser alguma coisa, tem de ter fiéis — e a Igreja Católica, há anos, vive um problema evidente de evasão. Não temos a evasão escolar, a evasão fiscal e outras evasões disso e daquilo? Pois então: a Igreja sofre com a evasão constante de público, e as trocas de papa não têm alterado em nada essa tendência.
Da mesma forma, as sucessivas promoções e remoções de cardeais, bispos e arcebispos não têm levado mais gente para a missa. Os clérigos mudam, falam e dão ordens. Mas estariam os fiéis interessados no que estão ouvindo?
A eleição de Leão XIV para o trono de São Pedro parece ter ado ao largo dessa questão, como ocorreu com os seus antecessores no posto. O novo papa será de direita, de esquerda ou nem de uma e nem de outra? Ele é norte-americano — mas é norte-americano tipo Trump ou anti-Trump?? Leão XIV é naturalizado peruano. Seria, então, mais um papa do Terceiro Mundo? O que ele acha do casamento gay, de deixar as mulheres serem padre e da “mudança climática”? É a favor da imigração ilegal? É contra a pedofilia ou a pano?
O que esperar do novo papa
Só não se quis saber de Leão XIV uma coisa: o que ele realmente acha de religião. Mas é aí, justo aí, que está o nó de marinheiro da Igreja Católica hoje em dia. Cada vez mais gente vai deixando de olhar para ela como um lugar de encontro para o ser humano tratar de questões espirituais — em vez disso, é cada vez mais uma organização política. Espera-se do catolicismo cada vez menos comunhão, batismo e ora-pro-nóbis. Espera-se cada vez mais que o padre diga em quem você deve votar, como deve se comportar e o que tem de pensar.
Mas seria isso, realmente, que os fiéis estão esperando do catolicismo? É o que a grande hierarquia da Igreja tem de resolver daqui para frente — como já precisaria ter resolvido e ainda não resolveu. O católico quer instruções políticas ou cuidados para sua alma? Quer orientação espiritual ou um sindicato dos bispos? Quer tratar do seu senso moral ou ouvir discurso do vigário com bandeirinha da Palestina? O muçulmano está em harmonia com a sua religião. O evangélico também. O católico não está.
No papado de Francisco, abandonei a Igreja Católica. Ele nunca representou a verdadeira Igreja de Cristo.
À medida em que a Igreja Católica abandonar a política e o progressismo, haverá o retorno natural dos seus fiéis aos “braços” da Igreja.
A população está cansada de ouvir lindos discursos em púlpitos e observar comportamentos e atitudes desregradas de sus representantes religiosos. Um exemplo: no discurso um padre diz que é preciso preservar a inocência e a vida das crianças, mas este mesmo padre pratica a pedo_filia. O discurso não casa com a prática e isto ocorre em todo o mundo.
Eu mesma deixei de acreditar na igreja a partir do momento em que ei a trabalhar junto a religiosos (padres e freiras) e os vi agir contrariamente a tudo o que pregavam. E não eram um ou dois. Era praticamente um comportamento geral
A fé na verdadeira Igreja permanece, mas não há mais respeito em relação aos seus representantes.
Leão XIV demonstra: reconhecimento à sua família, dedicação à vida da sua comunidade agostiniana, conhecer que razão e fé não são excludentes, querer distância de questões que causam divisão e amor infinito ao Cristo e à Paz libertadora que nos deixou.
Precisa avisar à CNBB que escolheu Ecologia Integral como tema da Campanha da Fraternidade 2025. Os católicos apoiam o Papa, eleito pelo Espírito Santo, a nos elevar pela fé à Paz de Cristo!
Bem assim. Aqui em casa faz tempo que escolhemos em qual Igreja ir a missa. Jà constatamos que padres petistas ou comunistas fazem sermões ideológicos. Não dá. Quem procura escolher para o lado do bem está numa enrascada. Em duas missas, tempos atrás, saímos antes da comunhão, pois não aguentamos as críticas diretas do padre ao Bolsonaro, em alto e bom tom. Aliás, o pessoal começa escolher até escolinha maternal.
O católico não está em harmonia com sua religião, principalmente porque os padres católicos estão mais interessados em promover a “teologia da libertação”, pautas de esquerda, e coisas do tipo e não o conforto espiritual que os fiéis procuram. Quando arcebispos de Aparecida promovem o lula e criticam Bolsonaro usando o púlpito como tribuna de discursos esquerdistas, os fiéis vão fugir das igrejas católicas. Se quisessem proselitismo esquerdista, ficariam assistindo a globo.