O Ministério da Fazenda revisou as previsões de inflação para 2024 e 2025. A nova estimativa coloca a inflação em 3,9% para 2024, acima dos 3,7% projetados anteriormente, e 3,3% para 2025, comparado aos 3,2% anteriores.
Apesar do aumento, a inflação projetada permanece dentro da meta do governo, que é de 3% com uma margem de 1,5 ponto percentual. “A projeção para o IPCA em 2024 subiu como reflexo da calamidade no Rio Grande do Sul, que vem impactando de maneira mais intensa os preços de alimentos”, explicou o documento.
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A alta nas expectativas da inflação também se deve à perspectiva de um real mais depreciado. Desde abril, depois das mudanças nas perspectivas de cortes de juros nos EUA, o dólar subiu significativamente na América Latina, incluindo o Brasil.
“A depreciação acentuada do câmbio tem pressionado a inflação corrente e comprometido as expectativas quanto à continuidade da desinflação nessas economias”, acrescentou o relatório.
Polarização política é uma das causas para alta na inflação
O documento ainda destacou o aumento na inflação pela alta nos custos de frete e a intensificação da polarização política em diversos países, citando as eleições parlamentares da União Europeia e França e a eleição presidencial dos EUA como exemplos.
“Nos EUA, em particular, a perspectiva de um novo governo republicano tende a pressionar os juros longos podendo, eventualmente, impactar o ciclo de flexibilização monetária”, sinalizou o boletim.
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O relatório destacou que esse quadro de polarização “eleva incertezas e a aversão ao risco de investidores, contribuindo para aumentar a volatilidade cambial, sobretudo em países emergentes, com impacto na inflação.”
A previsão de crescimento do PIB brasileiro para 2024 foi mantida em 2,5%. Para 2025, a projeção foi ajustada para 2,6%, ante os 2,8% previstos anteriormente.
“O resultado observado para o PIB do primeiro trimestre de 2024 surpreendeu positivamente, mas esse efeito foi parcialmente compensado pelos impactos negativos estimados para calamidade do Rio Grande do Sul na atividade”, explicou.
Medidas de e às áreas afetadas
O boletim também ressaltou que “os impactos negativos das enchentes no estado devem ser compensados por medidas de e às famílias, empresas e aos governos estadual e municipais.”
Essas projeções são essenciais para o processo orçamentário do governo federal, afetando diretamente a estimativa de receitas. Nesta quinta-feira, 18, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que pediu “parcimônia” à Secretaria de Política Econômica (SPE) na revisão do PIB.
“Estou pedindo parcimônia da SPE na revisão do PIB”, disse o ministro. “Estamos recebendo informações e dados que sustentam a reprojeção, mas pedi cautela. Os dados econômicos estão vindo bem, consistentes e baixando a pressão nos preços.”
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