As paralisações e as operações-padrão realizadas pelos analistas-tributários da Receita Federal afetam as atividades em portos, aeroportos e postos de fronteira por todo o país. A mobilização dos servidores ingressa na sétima semana seguida nesta quarta-feira, 21.
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Na tríplice fronteira do Brasil com a Argentina e o Paraguai, a operação-padrão é realizada nas duas pontes internacionais: a Ponte Internacional da Amizade, que divide o Brasil do Paraguai, e a Ponte Tancredo Neves, na fronteira com a Argentina.
Também na Região Sul, os analistas tributários ampliaram a mobilização, que gera filas nos terminais aduaneiros. Por causa da operação-padrão, foi registrada nesta semana uma fila de mais de 200 caminhões na pista de o da Inspetoria da Receita Federal em São Borja/RS, na fronteira do Brasil com a Argentina.
Nos aeroportos, a situação é a mesma. Nesta terça-feira, 20, os analistas-tributários começaram a operação-padrão no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. A operação e a ampliação no rigor da fiscalização de ageiros e bagagens geraram o aumento de filas e do tempo de espera para atendimento.
Em todas as unidades, a operação-padrão não afeta os procedimentos de controle aduaneiro que envolvem cargas e produtos perecíveis, medicamentos e demais itens essenciais, medida que tem por objetivo evitar prejuízos ao interesse público e para a atividade econômica.
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O presidente do Sindicato Nacional dos Analistas-Tributários da Receita Federal do Brasil (Sindireceita), Thales Freitas destaca que, diante da intransigência do governo em concluir as negociações, os servidores decidiram acirrar a mobilização, que cresce a cada semana.
Além dos efeitos provocadas pelas operações em portos, aeroportos e postos de fronteira, Freitas ressalta que, até mesmo, as metas fiscais do governo podem ser comprometidas pelo prolongamento das paralisações e de operações-padrão.
Freitas adianta que, caso não seja apresentada o mais breve possível uma proposta concreta de reajuste de salários, a mobilização dos analistas-tributários será intensificada ainda mais. “Estamos mobilizados e cobrando do governo a abertura de uma negociação rápida”, afirmou.

“Desde 2023, buscamos o diálogo e cobramos o direito à negociação, um processo que foi interrompido de forma arbitrária e unilateral pelos negociadores do governo”, disse o sindicalista. “O que buscamos é a apresentação imediata de uma proposta concreta de reajuste salarial que respeite os servidores e a isonomia no serviço público.”
O presidente do Sindireceita destaca ainda que os analistas-tributários seguirão mobilizados para cobrar o cumprimento dos termos do acordo assinados com o Ministério da Gestão e da Inovação e a abertura imediata do processo de diálogo em uma Mesa Específica de Negociação.
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