O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) autorizou o Brasil a aderir à Carta de Cooperação entre Países Produtores de Petróleo (CoC), fórum consultivo da Opep+, uma versão estendida da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). O tema é destaque no editorial do jornal O Estado de S. Paulo desta sexta-feira, 28.
Segundo o veículo, o tema gera constrangimento desde o final de 2023, quando o convite de adesão à Opep foi anunciado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ao mesmo tempo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participava da COP de Dubai, buscando projetar-se como grande líder global da causa ambiental.
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Àquela altura, Lula afirmou achar importante que o Brasil particie da Opep para “convencer os países que produzem petróleo de que eles precisam se preparar para reduzir os combustíveis fósseis”, adicionando que o Brasil “não apitará nada” no cartel.
Tudo o que conseguiu naquela ocasião foi receber o “prêmio” Fóssil do Dia, honraria concedida pela rede global de ONGs Climate Action Network.
Agora, a poucos meses da COP de Belém, o governo confirma participação no cartel, mas sempre ressaltando que isso não gera obrigação vinculante ao Brasil, malabarismo verbal que tenta mitigar as críticas de ambientalistas.
“Realmente, não faria sentido algum se unir a um grupo que procura controlar os preços internacionais do petróleo por meio da redução ou da elevação conjunta da produção, num momento em que o Brasil não apenas se tornou um dos maiores produtores globais de petróleo, como visa a aumentar tal produção por meio da exploração da Margem Equatorial”, diz o Estadão.
“Aliás, a defesa que Lula da Silva faz da exploração de petróleo na Região Norte desmonta o argumento do presidente de que o Brasil buscará influenciar os membros da Opep a descarbonizar”, acrescenta. “Se o Brasil, com matriz energética diversificada, quer explorar mais petróleo, como exatamente vai convencer nações cujas economias basicamente dependem dessa commodity a desistir dela">“Lula vai fazer pronunciamentos quinzenais na TV para reverter impopularidade”
“De onde quer que se observe, não há ganho expressivo para o país com a entrada num cartel de países produtores de petróleo no qual reconhecidamente não ‘apitará’ nada e, ao contrário, sofrerá pressão para adaptar-se a demandas que nada têm que ver com os interesses brasileiros”, conclui o texto.
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