Em editorial publicado nesta sexta-feira, 11, o jornal O Globo abordou o panorama da educação básica no Brasil conforme os dados do último Censo Escolar divulgado pelo Ministério da Educação (MEC). O texto revela que diversos indicadores, como creches, pré-escola, Ensino de Jovens e Adultos (EJA) e ensino técnico, seguem abaixo das metas estabelecidas pelo próprio governo.
“A pré-escola registrou 34 mil matrículas a menos, caindo para 5,3 milhões. Pelas metas do próprio MEC, o segmento já deveria ter sido universalizado desde 2016, mas 7% das crianças entre 4 e 5 anos ainda estão fora da sala de aula”, diz o editorial.
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O EJA, por exemplo, registrou queda pelo oitavo ano consecutivo, o que é grave em um país onde quase metade da população não concluiu o ensino médio. Embora tenha havido avanços pontuais, como o aumento das matrículas em tempo integral e no ensino técnico, o ritmo de crescimento ainda é insuficiente.
A crítica central do texto recai sobre a gestão do MEC. Para o jornal, além de não conseguir cumprir seus objetivos, o ministério tem demonstrado falta de transparência ao atrasar a divulgação dos dados do Censo e esconder informações sobre alfabetização sob a justificativa de discrepâncias.
MEC deveria resolver problemas da educação, não escondê-los
De acordo com o jornal, em vez de reconhecer as falhas e buscar soluções, o ministério opta por omitir dados, o que, segundo o texto, compromete ainda mais a qualidade da educação.
“É uma lástima num país que deveria se esforçar para aumentar a escolaridade de seus cidadãos, permitindo que eles busquem melhores oportunidades de trabalho.”
O editorial conclui que o MEC deveria concentrar seus esforços em enfrentar os problemas revelados pelo Censo, e não encobri-los.
“O MEC tem resistido a dar publicidade aos dados do ensino. O Censo Escolar foi divulgado com atraso de três meses”, declarou O Globo. “Os números da alfabetização só se tornaram públicos na semana ada, depois de sonegados por meses, sob o argumento de que havia discrepâncias.”
