Segundo a ONG International Christian Concerc (ICC), durante um ataque à Igreja Mar Girgis, em Omdurman, cidade mais populosa e importante do Sudão, cinco fiéis e um padre ficaram feridos. O atentado ocorreu durante a missa celebrada no domingo 14.
De quem é a culpa?
Abdel Fattah al-Burhan, chefe do Exército sudanês, jogou a culpa sobre as Forças de Apoio Rápido (RSF), um grupo paramilitar hostil, pelo ataque contra a igreja. O RSF, no entanto, afirmou que um afiliado “extremista” do Exército foi o verdadeiro responsável pelo atentado.
Desde o dia 15 de abril, segundo um relatório das Nações Unidas, pelo menos 676 pessoas foram mortas e 5.576 ficaram feridas desde a deflagração dos conflitos entre unidades militares leais ao general Abdel Fattah al-Burhan e o paramilitar Mohamed Hamdan Dagalo, da RSF.

O Sudão foi incluído na lista dos países que mais perseguem os cristãos no mundo; mas, curiosamente, o país africano foi removido da lista de países de preocupação particular (C) do Departamento de Estado dos EUA, em 2019. Esta lista do C elenca as nações que toleram ou aprovam flagrantes violações de liberdade religiosa. No Sudão, país majoritariamente muçulmano, a liberdade religiosa foi reduzida depois de um golpe militar em 2021.
No país africano que sofre de uma instabilidade política e social crônica, o golpe trouxe de volta temores de repressão em função da implementação da lei islâmica. A influência da mentalidade islâmica na política do país remonta ao presidente al-Bashir, que governou o Sudão durante 30 anos. Os debates sobre a reforma da força de segurança em prol das negociações de um novo governo de transição foram o estopim para a violência recente nas últimas semanas no país.
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