O brasileiro Mário Ricardo Fishbein, que mora há 50 anos em Israel, está em busca da sobrinha desaparecida desde sábado 7, no sul de Israel.
A jovem de 18 anos saiu na sexta-feira à noite. Ela foi dormir na casa do namorado, mas os dois estão sumidos há mais de 48 horas.
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De acordo com entrevista que Fishbein concedeu à rede CNN, o casal estava abrigado no quarto-bunker, na casa dele.

“Falamos para ela: não saia de casa nem abra a porta para ninguém”, disse o tio da menina. “Se surgir um resgate, estejam certos de que são realmente soldados israelenses.”
Mas o último contato da jovem com a família foi no sábado, às 11h20 (17h20, no horário de Brasília).
“Parece-me que o Hamas conseguiu entrar no bunker da minha sobrinha, e não sabemos se ela e o namorado estão vivos ou se estão em Gaza”, lamentou Fishbein.
Cerca de 90 terroristas invadiram a comunidade e entraram nas casas, de acordo com o brasileiro.
Terroristas se am por soldados
O brasileiro contou que muitas famílias foram pegas por terroristas, que estavam usando uniformes do Exército de Israel e falando hebraico “perfeitamente bem”.
Essa foi a cilada que o Hamas forjou para atrair e ass ou capturar parte da população da vila rural onde mora a mãe de Mário.
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A mulher, de 94 anos, e outros integrantes da família ficaram presos por mais de 20 horas em um bunker, sem sistema de renovação de ar, sem comida, água, luz ou o a banheiro.
“O Hamas tentou invadir o espaço, mas não conseguiu”, relatou Fishbein. “Felizmente, todos escaparam, mesmo sendo alvos de tiros. No momento do resgate, minha mãe foi ferida no pescoço, e um sobrinho foi alvejado com um tiro na perna. Contudo, agora todos estão bem, com exceção da sobrinha.”
Falta de assistência
O brasileiro lamenta a falta de assistência às famílias na busca por desaparecidos.
“As autoridades israelenses instalaram um centro de controle para informar ou orientar as famílias”, disse Fishbein. “Porém, cada uma deve levar provas do desaparecimento do ente querido, a exemplo de roupas, para a avaliação genética e identificação dos mortos.”
Comunidade devastada
Dos 1,2 mil habitantes da comunidade onde mora a mãe de Mário Fishbein, apenas 500 escaparam, segundo o brasileiro.
“Sobre as outras 700 pessoas, não temos nenhuma informação”, disse. “Creio que a maior parte tenha sido aniquilada.”
Quarto-bunker

Em casas e edifícios de Israel é comum encontrar um cômodo adaptado para servir de abrigo em casos de ataques de mísseis.
O quarto-bunker tem parede, piso e teto reforçados de cerca de 30 centímetros de concreto maciço. Já a porta e a janela são de metal, com travas que cravam profundamente a parede para garantir a proteção da família.
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