Diversas sandálias de 6 mil anos que haviam sido encontrados na Espanha são provavelmente as mais antigas já descobertas na Europa.
Um estudo publicado na revista Science Advances, em 27 de setembro, contraria a antiga análise, de que os sapatos teriam por volta de cinco mil anos.
Em 1857, um grupo de mineiros saqueou uma caverna no sul da Espanha e encontrou mais de 20 sandálias tecidas, junto com cestos e outras ferramentas.
Os especialistas explicam que os antigos calçados permaneceram “bem preservados” devido às condições muito secas dentro da caverna.

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Além dos achados, o local preservou um cemitério pré-histórico completo, com cadáveres parcialmente mumificados.
Sobre as sandálias e os objetos de 6 mil anos na Espanha
Segundo María Herrero Otal, uma das autoras do estudo, os objetos são “o conjunto de materiais de fibra vegetal mais antigo e mais bem preservado conhecido até agora no sul da Europa”.
De acordo com a especialista, os achados demonstram “a capacidade das comunidades pré-históricas de dominar esse tipo de artesanato”.
As sandálias eram feitas de grama e diversos outros materiais, como couro, limão e rami, uma espécie de fibra natural.
Especulações acerca do povo que fez os artefatos
Quando o arqueólogo espanhol Manuel de Góngora y Martínez visitou a caverna em 1867, dez anos depois do saque, reuniu os artefatos restantes e doou-os a museus de Madri e Granada, onde foram estudados.
Por meio das descrições fornecidas por Martínez, o estudo levanta a hipótese de que os corpos teriam sido enterrados com as sandálias.
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Algumas das sandálias apresentavam sinais claros de desgaste, enquanto outras pareciam nunca ter sido usadas. Assim, acredita-se que mandaram fazer roupas especialmente para o enterro.
As cestas e os outros artefatos de madeira “abrem perspectivas inovadoras sobre a complexidade das populações do Holoceno Inferior-Médio na Europa”, afirmaram os cientistas.

Os estudiosos relatam que boa parte do conhecimento das sociedades adas vem de artefatos duráveis e não de artefatos perecíveis, como cestos.
A qualidade tanto dos cestos, quanto das sandálias, sugere que os fabricantes tinham um amplo conhecimento dos recursos vegetais no ambiente local, além de um elevado nível de especialização.
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