No dia em que deve responder à denúncia sobre a suposta tentativa de golpe de Estado apresentada pela Procuradoria-Geral da República, o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em suas redes sociais um áudio de seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid. No material, Cid relata pressões que teria sofrido durante a colaboração com a Polícia Federal (PF).
O prazo para Bolsonaro responder à denúncia da PGR termina nesta quinta-feira, 6.
Na publicação, o ex-chefe do Executivo destacou que “Cid declara em áudio que foi pressionado a concordar com a narrativa da PF”. Caso contrario, “perderia o acordo como delator”.
A principal estratégia da defesa de Bolsonaro é contestar a delação de Cid, composta por 14 depoimentos no âmbito da colaboração premiada. Os advogados do ex-presidente alegam que o tenente-coronel fez as declarações sob coação.
Documentos e depoimentos na denúncia contra Bolsonaro
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, incluiu na denúncia documentos, mensagens e depoimentos de Cid e outras testemunhas. O áudio foi revelado pela revista Veja, em março do ano ado. Nele, o ex-ajudante de ordens critica a condução da investigação pela PF e menciona o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF).
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“Você pode falar o que quiser”, afirma Cid, no áudio. “Eles [PF] não aceitavam e discutiam. Diziam que a minha versão não era a verdadeira, que não poderia ter sido assim, que eu estava mentindo.”
Mauro Cid disse que a PF estava com a narrativa pronta
Cid também disse que a PF já estava com uma versão pronta. “Eles não queriam saber a verdade”, afirmou. “Queriam que confirmasse a narrativa deles.”
Depois da divulgação do áudio, Cid foi novamente preso por ordem de Moraes, em março de 2024. No entanto, foi liberado quase um mês e meio depois, em 3 de maio, por decisão do mesmo ministro, que manteve o acordo de delação intacto. Ao STF, Cid descreveu o áudio como um “desabafo em momento ruim”.
O prazo para Mauro Cid apresentar sua defesa sobre a denúncia também termina nesta quinta-feira.
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