A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou oficialmente a transferência da titularidade de suas redes sociais para a mãe, Rita Zambelli, em razão de um cenário que ela caracteriza como “perseguição política”.
Em nota publicada nas redes nesta sexta-feira, 30, a parlamentar justifica a medida como uma forma de proteger seu legado digital. “As redes sociais de um cidadão são um bem — e, no meu caso, um bem de valor incalculável”, afirma.
+ Leia mais notícias de Política em Oeste
Segundo o comunicado, a decisão é motivada pela possibilidade de uma eventual inabilitação jurídica para uso de suas plataformas. “Caso se confirme minha inelegibilidade, há o risco real de que tentem me silenciar, inclusive nas redes”, diz.
No mesmo texto, Carla revela que Rita será pré-candidata a deputada federal em 2026. “Minha mãe, Rita Zambelli, uma mulher íntegra, de princípios sólidos, que carrega os mesmos valores que sempre defendi […] é a minha pré-candidata a deputada federal no próximo ano”. Já seu filho, João Zambelli, deve se lançar à vereança paulistana em 2028.
O perfil da mãe nas redes, já renomeado, ou a exibir a mesma estética visual da deputada, com destaque para a hashtag #JuntoscomZambelli, dados de Pix e uma conta bancária com nome e F de Zambelli. No X, o usuário @ZambelliRita_ também traz a mensagem: “Carla Zambelli Salgado”. A biografia de Instagram reproduz os mesmos dados.
Leia mais:
Deputada é investigada por suposta atuação conjunta com hacker
A movimentação ocorre em meio a investigações em curso contra a deputada no Supremo Tribunal Federal (STF), relatadas em relatório da Polícia Federal. De acordo com a apuração, há indícios de que Zambelli teria se envolvido com ações ilegais conduzidas pelo hacker Walter Delgatti Neto.
Segundo o relatório da Polícia Federal, Delgatti declarou ter afirmado a Zambelli que “possuía os códigos fontes do CNJ e que conseguiria emitir tal mandado em desfavor do próprio ministro”, em referência a Alexandre de Moraes.
“A deputada, segundo o declarante, teria ‘ficado empolgada’ com a informação, produzido o texto do mandado e enviado para o declarante publicar”, de acordo com a denúncia. A investigação também identificou supostos pagamentos feitos por assessores próximos à deputada a Delgatti.
STF condenou Zambelli a 10 anos de prisão por unanimidade
Em 14 de maio, a 1ª Turma do STF condenou Zambelli, por unanimidade, à pena de dez anos de reclusão. O julgamento foi concluído com o voto do ministro Luiz Fux, que seguiu integralmente o entendimento de Moraes, relator do caso.
No mesmo processo, Delgatti foi condenado a oito anos e três meses de prisão. Ambos também foram sentenciados ao pagamento de R$ 2 milhões a título de indenização por danos materiais e morais coletivos.

A defesa de Zambelli rechaça as acusações e afirma que a deputada “desconhece o contexto dessa conversa divulgada, nem para quem e de quem se referia”, alega. “Além de inválidos, a gravação e demais elementos apresentados são inidôneos e ilícitos, sob qualquer ótica.”
Leia também: “Togas fora da lei”, artigo de Augusto Nunes publicado na Edição 245 da Revista Oeste
A mãe ore candidata a Dep Federal, a parlamentar saca o revólver numa situação e pensa que está no velho oeste, a parlamentar empresta seu sobrenome na última eleição para um candidato que não era seu parente. Muita distorção e falta de critério.