Universidades federais enfrentam dificuldades para manter o orçamento discricionário em patamares semelhantes aos observados antes da pandemia, mesmo com promessas de recomposição feitas pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
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Os recursos destinados ao funcionamento básico, como contas, limpeza, manutenção e compra de insumos, permanecem menores do que os registrados nos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, até 2019, ou seja, pré-pandemia.
Valores destinados ao pagamento de benefícios para servidores, como auxílio-alimentação e transporte, elevaram o total liquidado pelas reitorias em 2023 e 2024, segundo levantamento do centro de estudos SoU_Ciência. No entanto, ao excluir esses auxílios, o orçamento para o funcionamento das universidades é inferior ao que se registrou de 2016 a 2019, já corrigido pela inflação.
Comparação do orçamento das federais
O Ministério da Educação (MEC) argumenta que realiza um esforço contínuo para recuperar o orçamento das universidades federais, o qual teria sido “reduzido drasticamente entre 2016 e 2022”. Em 2016, as universidades liquidaram R$ 6,7 bilhões em despesas discricionárias; em 2019, R$ 5,5 bilhões. Durante a pandemia, os valores caíram para R$ 4,7 bilhões em 2020 e R$ 3,5 bilhões em 2021.
O último ano de Bolsonaro, teve um pequeno aumento, com R$ 4 bilhões. Já em 2023, com Lula, houve recuperação, atingindo R$ 5,2 bilhões, mas em 2024 o valor voltou para R$ 5 bilhões.
O que diz a gestão Lula

O ministro da Educação, Camilo Santana, informou um acréscimo de R$ 400 milhões para custeio em junho de 2024. Mesmo assim, algumas reitorias anunciaram dificuldades para pagar despesas básicas e tiveram de recorrer ao contingenciamento de recursos.
O orçamento dedicado à infraestrutura e ao material permanente atingiu um dos níveis mais baixos na atual gestão. Em 2024, os gastos para obras, veículos e equipamentos de laboratório ficaram em R$ 162 milhões, o segundo menor desde 2000. Em 2002, quando o país tinha apenas 52 federais, o valor foi maior. Hoje, com 69 universidades, várias obras estão paradas ou atrasadas.
A UFRJ, universidade federal mais antiga do Brasil, enfrenta dificuldades, com prédios deteriorados e falta de recursos para reformas, o que levou até ao cancelamento de aulas em algumas salas. Apesar do anúncio de um pacote de R$ 5,5 bilhões, depois de greve, apenas R$ 250 milhões representam dinheiro novo, pois o restante já estava previsto.
Leia também: “A ruína do consórcio”, artigo de Silvio Navarro publicado na Edição 270 da Revista Oeste
Os valores para assistência estudantil, que englobam transporte, alimentação e moradia, mostram recuperação desde 2023, mas seguem abaixo do que foi praticado nos anos Temer e Bolsonaro, antes da covid-19. Em 2016, o investimento chegou a R$ 1,2 bilhão, mantendo-se até 2019. Em 2021, caiu para R$ 881 milhões e, no primeiro ano do atual governo, voltou a R$ 1 bilhão, com acréscimo de R$ 100 mil em 2024.
O MEC destaca que, de 2022 a 2025, o orçamento total da pasta saltou de R$ 163,9 bilhões para R$ 226,4 bilhões, aumento de 38%. O órgão também informou que trabalha para recompor o orçamento das federais em 2025, já que a Lei Orçamentária Anual aprovada no Congresso reduziu os valores destinados ao setor.
SÓ fazerem novamente o “L” q
Caríssimos, uma dica para esse tipo de matéria: falem sobre o orçamento geral da universidade, pessoal/custeio/investimento. Essa matéria, indicando somente os últimos itens, pode confundir o leitor e levá-lo a pensar que o gasto com as universidades é só esse.
Exato a mamata das bolsas . Estudantes grisalhos , só estudam a vida inteira e não trabalham nunca .
Acredita que conheci um assim? Entrou em Cinema na ECA/USP, levou doze anos para concluir a graduação.
Hahahahahahahah!!!… Bem feito!!! Justamente nas universidades públicas onde fizeram com força o L em 2022! Agora agüentem!