Em meio ao “Abril Vermelho”, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reunirá com membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Na sexta-feira 25, Lula estará em Parauapebas, no Pará, onde se espera que ele anuncie um novo assentamento. Depois, no dia 30, ele visitará o Paraná.
A Secretaria de Comunicação confirmou oficialmente a agenda para o Pará, e o MST relata que o presidente também estará presente no Paraná.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, acompanhará Lula nas visitas, que ocorrem em meio à insatisfação crescente do MST com o governo federal.
Lula tenta agradar grupo invasor
No mês ado, Lula lançou editais e linhas de crédito para a reforma agrária em um assentamento do MST, mas essas ações foram consideradas insuficientes. Ceres Hadich, da direção nacional do MST, afirmou que as novas visitas são uma resposta do presidente às demandas de maior proximidade com o povo.
Em nota, o MST ressaltou a necessidade de o governo adotar “medidas mais urgentes e abrangentes para atender à pauta da terra” e implementar ações para apoiar a agricultura camponesa.
O “Abril Vermelho” remete ao incidente de Eldorado dos Carajás em 1996, quando 21 invasores de terras foram mortos pela polícia, e é um período de pressão por avanços na pauta agrária.
O MST também pressiona pela substituição do ministro Paulo Teixeira, alegando que a reforma agrária não é prioritária para a pasta. Em resposta, o Palácio do Planalto pede calma, citando limitações orçamentárias e lembrando que o programa estava paralisado desde o governo de Michel Temer.
MST realiza 35 invasões durante o ‘Abril Vermelho’
Abril é o mês em que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) intensifica as invasões por todo o país. Com mais de 50 mil pessoas mobilizadas, os militantes já invadiram 35 propriedades em 20 Estados do Brasil no chamado “Abril Vermelho”.
Os invasores exigem a desapropriação de áreas que, segundo eles, são “improdutivas”. Eles também alegam que muitas propriedades rurais “não cumprem a função social”.
As invasões do grupo, contudo, não se resumem apenas ao “Abril Vermelho”. De 14 a 17 de março, por exemplo, foram registradas 70 ações em todo o país.
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