Um levantamento do Ranking dos Políticos revelou que os gastos com planos de saúde de parlamentares e seus dependentes consumiram R$ 36 milhões dos cofres públicos em 2024. O jornal O Estado de S. Paulo divulgou as informações nesta quinta-feira, 22.
O estudo, baseado em dados da Lei de o à Informação, do Portal da Transparência e dos sites oficiais do Congresso, mostra que o impacto recai principalmente sobre o Senado. Na Casa, os valores reembolsados superam em muito as contribuições dos senadores.
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No Senado, o rombo chega a R$ 32,9 milhões. Os senadores e seus dependentes desembolsaram R$ 4,5 milhões para o plano de saúde. Contudo, o total gasto com reembolsos e restituições alcançou R$ 37,4 milhões.
A conta envolve 85 senadores em exercício ou suplentes, 192 ex-parlamentares e 361 dependentes. Na Câmara, a diferença entre contribuições e despesas também chamou atenção. Os deputados pagaram R$ 5,5 milhões em mensalidades e R$ 1,3 milhão em coparticipações.
Mesmo assim, o Programa de Assistência à Saúde consumiu R$ 10,07 milhões e gerou um déficit de R$ 3,2 milhões que ampliou o rombo deixado pelo Senado.
O plano oferecido pela Câmara cobre desde consultas médicas e tratamentos odontológicos até terapias psiquiátricas, fisioterápicas e psicológicas. Ao todo, 421 dos 513 deputados aderiram ao programa, estendendo o benefício a 832 dependentes.
Gastos do Congresso escancaram desigualdade com o cidadão comum
Embora o benefício esteja previsto pelas regras internas do Congresso, o diretor de operações do Ranking dos Políticos, Luan Sperandio, chama a atenção para a disparidade entre o que é pago e o que é reembolsado.
“Ao não corrigir essa distorção, o Estado perpetua mais um privilégio que escancara o abismo entre representantes e representados”, disse Sperandio.
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O Senado também mantém o Sistema Integrado de Saúde, que cobre atendimento de urgência, consultas, exames e tratamentos prolongados.
A Casa custeia parte das despesas. No entanto, o valor final, segundo Sperandio, seria “significativamente mais alto no mercado privado”, especialmente para “beneficiários em faixas etárias mais altas e com o a hospitais de referência”.