O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, deixou a sede da Polícia Federal em Brasília na tarde desta sexta-feira, 13, depois de prestar depoimento por mais de duas horas.
O militar havia sido preso pela manhã, mas teve sua prisão revogada ainda no mesmo dia e foi liberado para retornar à sua residência. O Supremo Tribunal Federal (STF), procurado pela imprensa, não detalhou os motivos que levaram o ministro Alexandre de Moraes a revogar a decisão.
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O depoimento de Cid foi colhido no âmbito da investigação que apura a conduta de Gilson Machado, ex-ministro do Turismo. Segundo a Polícia Federal, Machado teria atuado para viabilizar a expedição de um aporte português em favor de Cid, com o objetivo de possibilitar a saída do militar do país.
À Polícia Federal, Cid negou que tenha solicitado ajuda para conseguir um aporte com a intenção de deixar o Brasil. Ainda de acordo com fontes ouvidas pela CNN, o depoimento do militar foi considerado “esclarecedor” pelos investigadores, embora a PF não descarte a possibilidade de novos interrogatórios caso surjam dúvidas adicionais.
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A prisão de Machado ocorreu também nesta sexta-feira, 13, no Recife. Contra ele, pesa um pedido do procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, para que o STF autorize a abertura de inquérito por obstrução de investigação de organização criminosa e favorecimento pessoal.
Além disso, o ex-ministro teria promovido, por meio de seu perfil no Instagram, uma campanha de arrecadação de doações financeiras que seriam destinadas a Bolsonaro. Essa iniciativa também ou a ser analisada pelas autoridades.

Segundo trecho do pedido enviado ao Supremo, Gonet afirmou que, embora Machado não tenha conseguido concluir o procedimento para emissão do aporte, “a PF ainda considera possível que ele busque alternativas junto a outras embaixadas e consulados”. Para o procurador-geral, as informações “levantam suspeita de que Machado esteja atuando para obstruir a ação penal”.
No mesmo pedido, a PGR também solicitou a Moraes a autorização para adoção de medidas de busca e apreensão, como forma de avançar nas investigações. Até o momento, o Supremo ainda não se manifestou publicamente sobre o andamento desses requerimentos.
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