A tensão entre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o governo federal atingiu novo patamar. Líderes do grupo exigem a demissão do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e prometem pressionar pessoalmente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em encontro previsto para esta quinta-feira, 29, no Paraná.
Para os invasores, o ministro não entregou avanços concretos na reforma agrária e se tornou um obstáculo à causa. O desgaste não é recente. Desde 2023, a relação entre MST e governo tem se deteriorado.
No início do mandato, o movimento adotou postura tolerante, diante do quadro deixado pela gestão de Jair Bolsonaro, que esvaziou políticas de assentamento.
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No entanto, as frustrações se acumularam com a lentidão no avanço de novos assentamentos e a falta de recursos efetivos para o setor.
Jaime Amorim, dirigente nacional do MST, diz que o diálogo com Teixeira está esgotado. Para ele, o ministro, embora reconhecido como bom parlamentar, “não entende de reforma agrária e não tem interesse em realizá-la”.
Na última semana, Amorim recusou um encontro com o ministro em Petrolina (PE), para não reforçar a impressão de normalidade nas relações. Em sua avaliação, essa atitude pode se tornar padrão dentro do movimento.
Uma das principais queixas do MST diz respeito aos números apresentados pelo governo. Em 2024, o Ministério do Desenvolvimento Agrário anunciou o assentamento de mais de 71 mil famílias.
O MST contestou os dados ao alegar que muitos dos beneficiários estão apenas em processos de regularização fundiária, e não receberam novas terras.
“Eles ficam falsificando números”, disse Amorim. “Criando uma lógica que qualquer um que conhece um pouco da nossa área sabe que não condiz com a realidade.”
O grupo também acusa o ministro de omissão na disputa por verbas orçamentárias. “O ministro sempre tenta desqualificar, inclusive, frente ao presidente.”
Teixeira responde ao MST e afirma que metas estão sendo cumpridas
Na visão dos invasores, o ministro não enfrenta com firmeza os entraves dentro do governo e ainda camufla os limites da pasta. Paulo Teixeira, em contrapartida, nega as acusações e defende sua atuação à frente do ministério. Ele, por exemplo, afirma que todas as metas estabelecidas estão em dia.
“Quando lançamos o programa Terra da Gente, nos comprometemos com 60 mil famílias”, disse Teixeira. “Neste ano, a meta é de 30 mil novos assentamentos. Entregamos 15 mil, estamos no quinto mês, indo para o sexto.”
O ministro também indica medidas concretas, como o anúncio de R$ 1,6 bilhão em crédito para famílias assentadas e a abertura de edital de R$ 1 bilhão para o Programa de Aquisição de Alimentos.
Além disso, cita a retomada do Pronera, programa de educação para o campo, com turmas novas em 2023 e 2024. No entanto, mesmo com as justificativas, o MST promete endurecer o discurso.
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A avaliação interna é que o atual ministro já perdeu as condições políticas de conduzir a pasta. A depender do tom das conversas com Lula nesta quinta-feira, o movimento pode escalar os protestos nas próximas semanas.
Fogo no parquinho. Torço pela briga.
O que está faltando para que esse grupo de baderneiros contumazes seja declarado como uma organização terrorista? Os caras não existem, não tem CNPJ, recebem dinheiro, pilham propriedades, produzem uma ninharia de alimentos nas terras que ocupam, e não têm CNPJ, certamente não pagam impostos. Chegou a hora de encararem a Lei.