O ex-secretário-executivo do Ministério da Justiça Antonio Ramiro Lourenzo afirmou que Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, atuou na transição entre o governo Jair Bolsonaro e o início da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira, 28, Lourenzo também foi interpelado sobre postagens que fez nas redes sociais.
Durante o depoimento, o ex-secretário também disse que Torres colaborou com a entrega da gestão ao ministro indicado por Lula, Flávio Dino. Ele negou qualquer articulação de suposto golpe.
“Havia um clima de velório”, afirmou Lourenzo. Ele também descreveu o sentimento de “insatisfação”, mas afirmou que “nunca se pensou em algo que não fosse a transição”.

Segundo Lourenzo, a equipe do Ministério da Justiça recebeu de Torres a orientação para encerrar os três meses de trabalho e preparar uma transição limpa. O ex-secretário também confirmou a presença de Dino em reuniões realizadas durante o período de transição.
Postagens antigas viram alvo de questionamento
Durante a oitiva, Moraes interpelou Lourenzo sobre publicações feitas nas redes sociais. Em uma delas, o ex-secretário chamou Lula de “vergonha nacional”.
Lourenzo disse que a frase representava uma opinião pessoal, escrita “no calor da emoção”. Ele disse que a postagem “foi carregada demais nas tintas”.
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Moraes também mencionou outro comentário, em que Lourenzo chamou o ministro Luís Roberto Barroso, hoje presidente do STF, de “adolescente metido a influencer”. O ex-secretário atribuiu a crítica a mais um momento de emoção.
Agora o STF julga a opinião pessoal dos brasileiros… é de fazer inveja ao Stalin! Se Moraes quiser prender quem acha que o STF é uma vergonha e que o Lula é um ladrão, vai precisar de pelo menos 150 milhões de celas.
Lourenço escreveu apenas opiniões e nada mais. Tem pessoas que acham que Lula é ladrão, que Moraes é um ditador, que Gleise é corrupta… Apenas opiniões amparadas na liberdade de expressão. Se não quer ser criticado, não tenha cargo público.