Uma audiência pública sobre a regulamentação do mototáxi terminou em agressão na Câmara Municipal de São Paulo. O episódio adiou os debates e forçou o agendamento de uma nova sessão para 5 de junho.
O presidente do Sindicato dos Motoboys de São Paulo (SindimotoSP), conhecido como Gil, atacou fisicamente o vereador Lucas Pavanato (PL) depois uma troca de provocações no plenário.
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Segundo Ricardo Teixeira (União), presidente da Câmara, Pavanato sofreu escoriações e teve a camiseta rasgada.
Em contrapartida, Gil anunciou que vai prestar queixa contra o parlamentar por calúnia, difamação e agressão física. Pavanato também prometeu registrar boletim de ocorrência.
Durante o evento, mototaxistas protestaram contra a posição do sindicato. Enquanto Gil discursava, parte do público se virou de costas e exibiu faixas com frases como “Queremos o nosso direito de trabalhar” e “Ricardo Nunes, não use a morte de uma pessoa para se beneficiar”.
O caso citado nas faixas se refere ao acidente que matou Larissa Barros, de 22 anos, no centro da capital, em 24 de maio. A morte alimentou a pressão da gestão Ricardo Nunes (MDB) para manter o serviço suspenso.
Como resultado, Gil afirmou que defende a proibição do mototáxi até que haja uma regulamentação formal. O sindicalista culpou a entrada da Uber e da 99 em 2015 pelo caos atual no setor.
“Quem deveria estar sendo vaiado são as empresas de aplicativo, que estão escravizando, explorando, precarizando e colocando a categoria para brigar entre si”, disse Gil.
Ao usar a tribuna, Pavanato, autor de um projeto que libera o mototáxi, ironizou a escolha de Gil como representante da categoria. “Queria parabenizar o prefeito, que teve a capacidade de escolher o sindicalista mais pelego, mais rejeitado pela categoria que diz representar”.
Incomodado, Gil subiu ao púlpito e tentou enforcar o parlamentar. A confusão exigiu intervenção de outros vereadores e assessores.
Câmara analisa propostas sobre mototáxi enquanto sindicalista tensiona debate
A Câmara analisa três projetos distintos sobre o serviço de transporte por motocicleta. Um deles, apresentado por Lucas Pavanato (PL), propõe a liberação imediata do serviço.
Outro, de Marcelo Messias (MDB), condiciona a autorização à redução das mortes no trânsito. PT e Psol também protocolaram uma proposta. O texto exige que as empresas forneçam seguro aos motociclistas e que a prefeitura defina áreas de atuação específicas para os motociclistas.
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Uber e 99 estão proibidas de oferecer corridas por moto em São Paulo desde decisão do Tribunal de Justiça do Estado, tomada em 26 de maio. O descumprimento da medida gera multa diária de R$ 30 mil.
A prefeitura trava uma disputa judicial com as plataformas desde o início do ano. As decisões da Justiça têm oscilado, o que impede a definição de uma regra estável para o setor.
Mototaxi??? Vai dar coisa boa ???