Duas pesquisas de opinião divulgadas neste mês, feitas por institutos diferentes e com propostas distintas, são reveladoras de como o brasileiro compreende o que está acontecendo desde as eleições no país. A primeira sondagem mostra que a maioria da população avalia que o Judiciário comete abusos ao perseguir o ex-presidente Jair Bolsonaro e quem se opõe ao governo Lula. O segundo levantamento é massacrante para o petista: três a cada quatro pessoas não sabem citar algo positivo sobre sua gestão. A percepção dos brasileiros é que as instituições estão do avesso.
A pesquisa Atlas-Intel questionou 1.615 pessoas sobre o papel do Judiciário logo depois da megaoperação da Polícia Federal, a mando do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na semana ada. Foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão. A lista de alvos incluía o próprio Bolsonaro, militares de alta patente e o presidente do maior partido do Congresso Nacional, Valdemar Costa Neto, do PL. Quatro pessoas foram presas, além do próprio Valdemar — no caso dele, porque a polícia achou uma pepita de ouro guardada em casa.
O resultado é aterrador para o discurso de “guardião da democracia” do Supremo: 47% dos brasileiros disseram que o país “vive sob uma ditadura do Judiciário”. O quadro ainda piora porque, para outros 17%, juízes “cometem abusos e ultraam suas atribuições”. Ou seja, uma maioria de 64% está desconfortável com o papel desempenhado pelo STF, que parece ter se desconectado de vez de sua premissa original na Praça dos Três Poderes.
Foi a primeira vez que um instituto de pesquisas saiu a campo com um questionário dedicado à perseguição do Judiciário à chamada “direita” na política e o risco de prisão de Jair Bolsonaro — independentemente do motivo. A pergunta feita pelo entrevistador foi exatamente esta: “Independentemente da sua avaliação sobre a culpabilidade do ex-presidente, você acredita que Jair Bolsonaro será preso neste ano">

Para sustentar as sucessivas ações policiais, Moraes diz que a Polícia Federal juntou peças sobre uma trama de “golpe de Estado”, que deveria ter sido sacramentada na baderna do dia 8 de janeiro do ano ado. A tese, encampada pelas redações da imprensa tradicional, é que a insurreição bolsonarista tinha uma minuta apócrifa, foi ajustada em reunião filmada — com a presença de um fotógrafo e de garçons — e pode ser confirmada em áudios trocados pelo WhatsApp por militares investigados.
“Os áudios não são conclusivos a respeito do que se planejava e, do ponto de vista jurídico, não cabe ao Judiciário fazer ilações ou conjecturas. Além disso, planejar não é crime. O crime é tentar ou fazer, ou seja, iniciar a conduta delituosa — e isso não ocorreu”, afirmou em artigo o advogado André Marsiglia, especialista em liberdade de expressão.
Nesta semana, os advogados de Bolsonaro pediram que Alexandre de Moraes devolva o aporte do ex-presidente. Não há uma explicação para impedir um líder político de se encontrar com os de outros países, como o norte-americano Donald Trump ou o argentino Javier Milei.

A defesa dos investigados pelo STF insiste também que os recursos sejam analisados pelo Plenário do Supremo, e não só pelo gabinete de Moraes. No caso do ministro, uma frente de juristas cobra que ele deixe a relatoria do caso. O argumento é sólido: o juiz não pode ser a vítima no processo penal. Ele afirma que a “insurreição bolsonarista” queria prendê-lo.
Bolsonaro pretende fazer sua defesa em praça pública, no dia 25, em ato convocado para a Avenida Paulista, em São Paulo. Deverá ter a companhia de políticos e líderes da sociedade civil. Ele pediu que os apoiadores não levem cartazes nem faixas com dizeres. Se conseguir juntar uma multidão em manifestação pacífica, será uma demonstração de força.
Governo à deriva
Paralelamente à perseguição policial sem precedentes contra o grupo político de Bolsonaro, o Palácio do Planalto voltou a ficar vazio nesta semana. Lula e a primeira-dama, Janja da Silva, embarcaram para o Egito. É o 25ª país que o casal visita em um ano — somados, já são mais de 60 dias no exterior. Tão logo desembarcou, os petistas foram conhecer as Pirâmides de Gizé. A emissora CNN disse que se tratava “do único compromisso oficial no dia” e que eles estavam acompanhados do egiptologista Khaled al-Anani.

A sensação de que o país está à deriva foi constatada em pesquisa do Instituto Paraná, que entrevistou pessoalmente 2.026 eleitores em 164 cidades, de todos os Estados, seguindo parâmetros estabelecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O questionamento foi: “O senhor saberia dizer alguma obra, medida istrativa ou benefício à população que o governo do presidente Lula realizou ou está realizando até o momento">
Pesquisa Instituto Paraná.
— Silvio Navarro (@silvionavarro) February 13, 2024
73,4% não sabem dizer o que Lula fez de bom. pic.twitter.com/UpzMv23Jhz
O eio de Lula para o Egito ocorre, por exemplo, no momento em que o Brasil vive uma epidemia de dengue sem precedentes, a inédita fuga de presos de uma unidade federal de segurança máxima e uma escalada de tensão política promovida pelo Judiciário. Pouco mais de um ano depois da posse de Lula, a sociedade dá sinais claros — agora respaldados em pesquisas de opinião — de insatisfação com o consórcio de poder que se instalou em Brasília.
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Silvio, sugiro entrevistar FHC e toda tucanagem de juristas, economistas, intelectuais, artistas e religiosos tipo Alckimin para sabermos qual interpretação tem dessa desordem inconstitucional do CONSORCIO LULA/STF/TSE/IMPRENSA VELHA CARCOMIDA.
As análises de Silvio Navarro são extraordinárias. Gratidão pelo seu excepcional trabalho!
Sou de Maceió e infelizmente não poderei comparecer a São Paulo no dia 25. Estarei acompanhando nas redes e torcendo que a Paulista encha de gente do bem.
OAB COVARDE
Parabéns Silvio. O povo acordou está vendo o desastre do governo do descondenado. A ditadura da toga, promovida por Moraes, desmoraliza a Instituição que deveria ter o respeito de todos os cidadãos.
O Brasil e o mundo sabe que esse Lula e esse STF é uma corja de ladrão, não tem que levar no banho-maria, nem ar pano nem eufemismo, tem é que botar tudinho na cadeia e fuzilar os generais bandidos ladrões comunistas terroristas genocidas
Brasil, um país à margem da Lei.
Estamos na desordem política e judicial e isso pode representar o estopim para a desordem social.
luladrão não para de viajar para fora do país é porquê ele não tem chão para pisar neste país. Isto é fato!
Eu não sei o que uma multidão espalhada pela avenida paulista possa significar para esta casta da elite que está encrustada em Brasília? A velha imprensa só pensa nas verbas publicitárias que recebe do governo, o grupo prerrogativas que vive à margem e as custas de processos no supremo provoca ainda mais turbulência no caos que o partido político do STF decidiu para o que é melhor aos cidadãos sem se importar com o que os próprios cidadãos pensam a respeito da democracia que estamos vivendo atualmente.
OAB PGR CGU TCU DEPUTADOS SENADORES todos frouxos omissos covardes só vivem de BLÁ BLÁ !!!!!!!!
*Revista Oeste – Edição 204* *Parabéns e não abandonem o Brasil* Silvio Navarro hoje adoro você.