O pacifismo é sempre muito tentador. Oferecer a outra face ao inimigo, afinal, foi parte da mensagem de Cristo. Mas há controvérsias se o próprio Jesus era mesmo um “pacifista”, uma vez que em outras agens ele deixa claro o direito de resistir. O problema da abordagem pacifista é o outro, sempre. É possível dialogar com quem prefere nos degolar a nos dar razão? Se o pacifismo de Gandhi surtiu algum efeito, especialmente por ter o império britânico do outro lado, o pacifismo de Dalai Lama não parece ter protegido muito o povo tibetano das garras chinesas. É nesse contexto que analiso a fala do novo papa Leão XIV:
“A guerra nunca é inevitável. As armas podem e devem silenciar, pois nunca resolvem problemas, apenas os intensificam. Aqueles que semeiam a paz perdurarão na história, não aqueles que colhem vítimas. Os outros não são inimigos para odiar, mas seres humanos com quem dialogar.”
A mensagem é bonita, sem dúvida. Mas, na prática, ela deve servir como guia para as nações ocidentais que enfrentam inimigos mortais?
Quem pensava que o diálogo era sempre melhor era Chamberlain, que assinou um Acordo de Paz com a Alemanha Nazista. O “beligerante” Churchill alertava para os perigos dessa postura. Claro que, sempre que possível, o diálogo é a melhor alternativa. Mas é simplesmente absurdo afirmar que ele é sempre possível e, portanto, a melhor alternativa. Alguém vai dialogar com um sequestrador que ameaça estuprar sua filha? Alguém vai dialogar com uma horda de bárbaros que ameaça invadir sua cidade? Alguém vai dialogar com Hitler? A Dilma tem mesmo condições de dialogar com os terroristas do Isis (ou com qualquer pessoa)?

Quem poderia ser contrário à paz? Ocorre que a paz é uma finalidade, e existem diferentes meios para alcançá-la. Nem sempre o meio pacífico será o melhor. Muitas vezes será necessário, no mundo real, combater violência com violência, ou pelo menos com a ameaça crível de seu uso. Seria preciso combinar com o inimigo antes a estratégia de paz e amor. Afinal, para o pacifista retribuir chumbo com rosas, é crucial que ele esteja vivo acima de tudo. Mortos não costumam reagir a estímulo algum.
George Orwell foi, enquanto jornalista, bastante realista. Em um artigo de 1948, chamado A Defesa da Liberdade, expressou sua opinião resumida sobre os métodos políticos de Gandhi, tendo como base o livro Gandhi e Stalin, de Louis Fischer:
“Gandhi jamais lidou com um poder totalitarista. Lidava com um despotismo antiquado e um tanto vacilante, que o tratava de um modo razoavelmente cavalheiresco e lhe permitia a cada o invocar a opinião pública mundial. (…) É difícil reconhecer como sua estratégia de greve de fome e desobediência civil poderia ser aplicada em um país onde os oponentes políticos simplesmente desaparecem e o público nada ouve além do que lhe permite o governo.”

Um ano após o artigo de Orwell, Pablo Picasso estaria criando uma litografia para o cartaz do Congresso Mundial da Paz em Paris, que eternizou a pomba como símbolo dos pacifistas. Paradoxalmente, o evento era financiado pelos assassinos de Moscou. Picasso foi simpático ao comunismo, e chegou a ser agraciado com o Prêmio Lênin da Paz. Desconheço contradição maior que utilizar “Lênin” e “paz” na mesma expressão.
Voltando ao que disse o novo papa, gostaria de colocar o contexto histórico de que nem sempre cristãos viram a resistência armada como pecado. E isso desde o começo! Santo Agostinho mesmo defendeu o conceito de “guerra santa” (“É a injustiça do lado oposto que impõe ao homem sábio o dever de travar guerra”). No livro Defenders of the West (“Defensores do Ocidente”), o historiador Raymond Ibrahim traz a biografia de oito ícones católicos que lideraram expedições militares contra inimigos do Islã. Como escreve Victor Davis Hanson no prefácio, “eles eram realistas que viam a derrota como uma garantia de extinção — e mesmo a vitória como um breve alívio contra uma ideologia oriental dinâmica que exigia sua conversão, submissão ou aniquilação”.

Os tempos mudaram, o revisionismo histórico tomou conta do Ocidente, assim como um estranho sentimento de culpa, e hoje esses guerreiros cristãos são vistos como um “desvio” da rota da Cristandade. Mas o que o autor demonstra é que eles se viam justamente como defensores do legado de Cristo, dispostos a lutar para preservar inclusive seus locais sagrados. Só de falar em Cruzadas hoje já se arranca uma reação instantânea de desprezo, inclusive em muitos cristãos. Mas é só com o benefício do retrospecto — e a salvo do próprio Islã — que essas pessoas podem se dar a esse luxo. Como diz Hanson:
“Se os ocidentais contemporâneos hoje sentem vergonha de seus militaristas do ado que se viam como salvadores da Cristandade, a maioria dos muçulmanos não compartilha tal autocrítica. O Islã não se preocupa tanto com os métodos daqueles que lutaram contra o Ocidente, mas muito mais se os fins que os justificaram foram alcançados.”
E quem poderia afirmar que a ameaça islâmica está sob controle hoje? Resgatando Churchill, que chegou a comparar a religiosidade muçulmana à raiva em cães, eis o que ele dizia:
“Se você não lutar pelo que é certo quando pode vencer facilmente sem derramamento de sangue; se não lutar quando sua vitória for certa e não muito custosa; você pode chegar ao momento em que terá que lutar com todas as chances contra você e apenas uma chance precária de sobrevivência. Pode haver um caso ainda pior. Você pode ter que lutar quando não há esperança de vitória, porque é melhor perecer do que viver como escravo.”

O novo papa parece um líder carismático, com sólidos fundamentos católicos, que tem tudo para resgatar certas tradições da Igreja. O tempo dirá qual vai ser seu legado. Mas sempre gosto de lembrar, com Jesus, que devemos dar a César o que é de César. A infalibilidade papal é ex cathedra, sobre os dogmas da Igreja. Quando ele opina sobre questões políticas, é mais uma opinião. Tem peso, claro, como líder dos católicos. E seu papel tampouco é o de estadista. Mesmo quem entende a estratégia da paz pela força, do “good cop & bad cop”, precisa itir que é fundamental ter aquele com postura mais suave, para tentar seduzir pelo coração.
Mas é imprescindível ser realista, especialmente hoje, com tantas ameaças existenciais ao Ocidente judaico-cristão. O papa João Paulo II foi figura crucial, ao lado de Thatcher e Reagan, na guerra fria contra o comunismo. Espera-se que o novo papa possa falar com firmeza em defesa dos nossos valores e contra inimigos declarados deles. Que ele ajude no debate das ideias e dos valores. Mas ainda bem que no comando dos Estados Unidos, a maior potência bélica ocidental, temos Donald Trump, que compreende perfeitamente a estratégia da paz pela demonstração de força. Ninguém quer guerra pela guerra; mas a luta pode ser necessária por uma causa justa.

Leia também “Adeus, câncer!”
Tem um velho ditado ” Se queres a Paz prepara- te
para a guerra”
Exprime exatamente o meu pensamento
Exprime exatamente o meu pensamento
Exato, Constantino. Sempre com assuntos contundentes.
a injustiça e desigualdade social e, pior, violação dos direitos humanos
é produzida cotidianamente em pindorama
pelo ésse tê éfe enXÂNDEcido, horrorôsobarrôso com tanta dinOemboscada dos infernos
e por uma LuLOjanjoLândia viL vuLgar vioLenta e seus pLim pLim
na informação, na arte e na cultura
reduzidos às suas mãozinhas, que lançam com ódio na alma, carinha de amor, e dedinho em forma de L, uma semi suástica
Os séculos se aram e a humanidade ainda não evoluiu o suficiente para manter a paz, e essa não virá sendo omisso em quem quer nos destruir, se todos respeitassem o direito fundamental do outro de discordar, e ter opinião diferente haveria paz. Mas enquanto isso devemos sim lutar por nossa liberdade e no que acreditamos, mas nunca devemos impor isso aos que pensam diferente.
O Papa é um lider de Almas que hoje estão na terra para rever seus conceitos de eras de beliculosidade. “Meu reino não é deste mundo” nos lembra Jesus. Combater é necessário aqui, mas ter consciência que a verdadeira paz que o Papa pede é a de coração, para que seja levada em conta no retorno a casa do Pai. “Fora da Caridade nãp há salvação”, Vencer sim! Presrvar os conceitos cristãos se faz necessário! Mas é preciso após vencer, reestruturar a PAZ nos conceitos do Cristo de que todos somos irmãos. Falta a Caridade após firmar posição com a luta! Isso só existiu com Jesus que demonstrou na carne sua obediencia ao Amor de Deus.
Saúde e paz verdadeira para todos nós !
O Islã de hoje, do Irã e seus satélites, é devotado á destruição dos “infiéis”, que são todos os que não processam sua fé! É aterrador o seu absoluto desprezo pela vida humana, inclusive de seus próprios apoiadores, que mandam para a morte em atentados terroristas suicidas, mas estes vc parece achar que são assassinos do amor!
Não lembro mais quem disse esta frase: “Sou pela paz, mas não ao custo da fraqueza”.
Parabéns Consta, pelo belíssimo artigo. “Se queres a paz, prepare-se para guerra”.
A Igreja, quando lhe convinha, colocava palavras na boca do seu ícone pricipal (Cristo), como a famoso “nào vim trazer a paz, mas a espada”. E Ahostinho, o “santo”, era o instigador da “guerras santas”, ou, o direito que se auto-arrogavam, de matar todos os que não concordavam com as suas mentiras e avidez pelo poder. católico
Guerra santa era o que faziam as Cruzadaß na idade média. Impunham o crisstiaanismo pelas armas, e não aos inimigos do Islã, mas aos inimigos da religião cristã. É aterrador o numero de pessoas assassinadas pelo clero católico para impor ao muundo a sua “verdade”. O autor é hipócrita, obtuso, e mal-intencionado. Papas ppacifistas nunca existiram, quando oo seu poder e fortunas bilionárias foram ameaçados.
Hipócrita obtuso e mal intencionado é você jovem rebelde. Ao menos o Papa João Paulo II era absolutamente pacifista. Reze um pouco pra afastar essa sua revolta.
“Bella mátribus detestata”. As mães detestam a guerra.
“Prêmio Lenin da Paz” é o mesmo que “Concurso Hefestos de Beleza”, “Medalha Hitler de Diálogo” ou “Corrida anual (censurado pela democracia) pela Honestidade”.
Excelente artigo Constantino. Nunca me esqueço da agem bíblica em que Jesus expulsa os vendilhões do templo. Não foi apenas com pedidos ou palavras, foi com atitudes concretas,derrubando suas barracas.A oratória, acordos e posturas nem sempre são suficientes, você sempre terá o direito de defesa contra quem o ataca.Como podemos permitir que terroristas invadam seu país e execute seu povo?como.permitir um país invadindo outro para expandir fronteiras?as vezes a guerra se faz necessária.