“Aventura é apenas
mau planejamento.”
(Roald Amundsen)
Desde pequeno, Roald Engelbregt Gravning Amundsen era fascinado pelo mar e pela exploração polar. Durante os piores invernos noruegueses, dormia com as janelas do quarto abertas para se preparar para a futura carreira. Mais tarde, chegou a abandonar a universidade de medicina para ir com capitães de baleeiros ao Ártico. A partir de então, ao longo da vida, realizou vários de seus sonhos de infância. Foi o primeiro a chegar ao Polo Sul, o primeiro a fazer uma viagem de navio pela agem do Noroeste e o primeiro a cruzar o Ártico por via aérea. Não por acaso tornou-se uma das maiores figuras no campo da exploração polar.
Roald Amundsen nasceu em 1872 em Borge, Noruega. Sua primeira expedição foi em 1887, na função de primeiro imediato do navio Belgica, que se tornou a primeira expedição a ar o inverno na Antártida. O navio ficou à deriva, preso no gelo durante um ano. Foi preciso esperar o derretimento para voltar para casa. A parte ocidental dessa região é hoje chamada de Mar de Amundsen.

Quando Amundsen nem era nascido, em 1817, o governo britânico ofereceu uma recompensa de 20 mil libras esterlinas para quem achasse a agem do Noroeste — uma série de canais profundos entre as ilhas que compõem o Arquipélago Ártico Canadense —, o que incentivou a organização de numerosas expedições. A jornada para a citada agem já havia ceifado centenas de vidas e frustrado meio século de expedições britânicas até lá. De todas as que foram feitas, a viagem mais trágica foi a de Sir John Franklin, efetuada em 1845, da qual ninguém regressou vivo.
Então, em 1903, Amundsen resolveu explorar o desconhecido e fez sua primeira viagem como líder de uma expedição em direção à agem do Noroeste. Com o seu pequeno, porém robusto, veleiro Gjøa e uma tripulação de seis pessoas, partiu de Oslo, na Noruega, e alcançou a costa pacífica do Alasca. Depois de três anos de viagem, na qual mapearam a área, construíram navios e aprenderam técnicas de sobrevivência com os índios Netsilik, eles completaram com êxito a primeira travessia do mundo moderno da agem do Noroeste. O norueguês e sua tripulação retornaram da jornada em agosto de 1906 e foram recebidos como heróis.


Depois dessa expedição, Amundsen planejava seguir para o Polo Norte, mas, quando soube que a conquista do local havia sido reivindicada por dois americanos, Robert Peary e Frederick Cook, mudou de ambição. Ele decidiu, então, ser o primeiro a chegar ao Polo Sul e atribuir o feito à Noruega. No entanto, a concorrência era forte, e o britânico Robert Falcon Scott tinha o mesmo objetivo naquele momento.
Amundsen era tão respeitado por suas habilidades em organização e planejamento quanto por sua experiência como explorador, e manteve em segredo seus planos de rumar para o sul. Foi então que, no dia 19 de outubro de 1911, acompanhado de quatro colegas e 52 cães para puxar os trenós, liderou a expedição até o Polo Sul. Amundsen sempre buscava orientação sobre as melhores práticas nas comunidades que explorava. Aprendeu a usar peles, conduzir cães e construir iglus enquanto navegava pela agem do Noroeste, e usou essas mesmas técnicas e habilidades ao viajar para o Polo Sul.
Depois de encontrarem bom tempo, no dia 14 de dezembro daquele mesmo ano, os exploradores noruegueses foram os primeiros a chegar e fincar a bandeira de seu país no Polo Sul. Eles registraram dados científicos antes de começar a viagem de volta, em 17 de dezembro, e chegaram em segurança à sua base na Baía das Baleias, em 25 de janeiro de 1912. Em seu livro Minha Vida de Explorador, Amundsen escreveu: “A vitória aguarda aqueles que têm tudo em ordem — as pessoas chamam isso de sorte. A derrota é certa para aqueles que se esqueceram de tomar as precauções necessárias a tempo — isso se chama azar”.

Então, aos 39 anos, Amundsen tinha alcançado um marco histórico na exploração polar. Com isso, superou seu principal rival, Robert Scott, que chegou ao Polo Sul apenas um mês depois, em 17 de janeiro. Em uma difícil viagem de volta, Scott e todos os seus homens acabaram morrendo.
Incansável, Amundsen buscava novas conquistas. ou a se interessar pelo mundo da aviação e, em 1914, obteve o seu certificado de voo, o primeiro atribuído a um civil na Noruega. Em 1925, organizou a primeira expedição aérea ao Ártico. Acompanhado de Lincoln Ellsworth, do piloto Hjalmar Riiser-Larsen e de mais três tripulantes, voou até a latitude 87° 44′ norte. Foi o local mais ao norte atingido por um avião até então.
O explorador norueguês fez história novamente no dia 12 de maio de 1926, em um dirigível chamado Norge, projetado pelo engenheiro aeronáutico italiano Umberto Nobile. Amundsen e outros 15 homens sobrevoaram o Polo Norte cruzando de Spitsbergen (hoje Svalbard), ao norte da Noruega, até o Alasca. Assim, ele e seu companheiro de equipe no Polo Sul, Oscar Wisting, se tornaram os primeiros homens a alcançar ambos os polos, a pé ou por via aérea. Esse foi o primeiro voo transártico sobre o Polo Norte, em uma rota que cruzava a maior região inexplorada do Ártico. Apesar de alguns problemas climáticos e mecânicos, eles finalmente retornaram a Point Barrow, no Alasca, em 14 de maio do mesmo ano.

Realizado, Roald Amundsen agora se sentia capaz de se aposentar, mas, em junho de 1928, sua vida terminaria em uma tragédia. Ele morreu ao realizar um voo na tentativa de resgatar Nobile, seu colega explorador, que havia sofrido um acidente sobre o Mar de Barents, perto de Spitsbergen. Amundsen tinha 55 anos, e os detalhes de sua morte nunca foram descobertos. Seu corpo jamais foi encontrado. As buscas por seus restos mortais foram interrompidas em setembro daquele ano, e não houve mais notícias dele. O brilhantismo e o espírito de liderança em suas muitas realizações consolidaram para sempre Amundsen no primeiro lugar entre os grandes exploradores.

Daniela Giorno é diretora de arte de Oeste e, a cada edição, seleciona uma imagem relevante na semana. São fotografias esteticamente interessantes, clássicas ou que simplesmente merecem ser vistas, revistas ou conhecidas.
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Interessante.
Que história interessante, jamais havia ouvido falar deste grande desbravador.
Seria bom que essa esquerda comunista terrorista narcotraficante ladrona genocida se inspirar-se nesses homens pra se parava de roubar