aram-se 15 anos desde o ataque fatal das Forças de Defesa de Israel (FDI) à embarcação turca Mavi Marmara. Agora, um outro navio se aproxima da Faixa de Gaza com objetivo semelhante: romper o bloqueio naval imposto por Israel.
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A bordo do Madleen, uma escuna com bandeira britânica, está a sueca Greta Thunberg, acompanhada por outros 11 ativistas. A viagem deve atingir seu ápice nos próximos dias. Ocorre sob intensa vigilância internacional e coloca o governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, diante de um dilema estratégico e político semelhante ao de 2010.
“Está tudo relativamente calmo, mas o clima é de otimismo”, disse Greta, de 22 anos, em mensagem de voz enviada do veleiro para o The Sunday Times. “Estamos muito felizes por finalmente estarmos indo, por estarmos navegando.”
Ela demonstra ter conhecimento dos fatos ados. A chegada do Marmara à Faixa de Gaza, em 2010, foi interrompida por causa de confronto violento com as forças israelenses, que mataram dez ativistas turcos. O incidente gerou crise diplomática entre Israel e Turquia
“Estamos plenamente conscientes dos perigos e assumimos esses riscos porque acreditamos que o maior deles é permanecer em silêncio diante de um genocídio, de uma injustiça e da fome em massa de mais de dois milhões de pessoas”, declarou a ativista.
“Tenho muito mais medo da ividade do mundo diante desse genocídio do que de qualquer coisa que possa nos acontecer neste barco.”
A embarcação deixou a cidade de Catânia, na Sicília, Itália, na semana ada. A bordo, os ativistas levaram leite em pó, arroz, fraldas. Eles querem entregar suprimentos básicos à população sitiada de Gaza e denunciar a escalada da crise humanitária.
Desde a partida, o Madleen foi rastreado por drones. Um deles, segundo os tripulantes, de fabricação israelense.
O navio chegou a resgatar quatro migrantes sudaneses que se jogaram no mar para escapar da guarda costeira líbia. Eles foram posteriormente entregues às autoridades gregas.
FDI alertam navio em que está Greta Thunberg
A embarcação faz parte da Freedom Flotilla Coalition, que há anos tenta furar o cerco a Gaza. Caso consiga aportar sem ser interceptada, será uma vitória simbólica de peso.
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Mas as chances de o FDI abordarem o barco são reais: veículos da imprensa israelense já falam em apreensão do Madleen e detenção dos ocupantes. Segundo declaração enviada ao Times, o Exército israelense “está preparado para uma ampla gama de cenários”.
A previsão de chegada do navio está é de uma semana, informou uma fonte ao The Jerusalem Post. O mesmo oficial afirmou que o ministro da Defesa, Israel Katz, está tomando novas decisões sobre o assunto na quinta-feira.
A KAN News divulgou inicialmente que as autoridades israelenses haviam considerado permitir que o Madleen atracasse em Gaza, depois de avaliarem que a embarcação não representava ameaça à segurança. A decisão, porém, foi revertida.
O porta-voz das FDI, general de brigada Effie Defrin, afirmou em coletiva que “as FDI estão preparadas para agir em todas as frentes, inclusive na área marítima”. E acrescentou: “Agiremos de acordo com a situação.”
Caso fosse autorizado a atracar, os ativistas ficariam retidos em Gaza. Para evitar um precedente que pudesse enfraquecer o bloqueio naval, Israel optou pela estratégia de impedir que o Madleen se aproxime da costa da Faixa de Gaza.
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