A paralisia do sono é uma condição que provoca a sensação de estar consciente, mas incapaz de se mover. Durante este fenômeno, a pessoa pode sentir que está sendo observada ou ameaçada, sem conseguir reagir fisicamente. Embora muitos associem essa experiência a eventos sobrenaturais, a ciência oferece uma explicação clara para o que ocorre. Dr. Drauzio Varella – (CRM 13.449SP), explica que essa experiência pode ser bastante assustadora, mas é importante ressaltar que, apesar da sensação de ameaça, a paralisia do sono não representa um perigo físico direto.
O sono humano é dividido em quatro fases principais, que variam desde um estado de sonolência leve até a fase REM (Rapid Eye Movement). Durante a fase REM, o cérebro está altamente ativo, gerando sonhos e pensamentos, enquanto os músculos permanecem profundamente relaxados. A paralisia do sono ocorre quando há um descomo entre a atividade cerebral e o mecanismo de ativação muscular, geralmente nos primeiros minutos após acordar. Durante esse instante, embora o cérebro desperte, o corpo permanece temporariamente ‘desligado’, causando a paralisação física.
Por que a paralisia do sono acontece?
A paralisia do sono acontece quando existe um descomo entre o cérebro e o mecanismo de ativação dos músculos. Isso é comparável a ligar um interruptor sem que a luz acenda: o cérebro está desperto, mas os músculos não respondem. Essa desconexão pode resultar em sensações de agonia, alucinações ou a impressão de estar fora do corpo, enquanto a pessoa permanece incapaz de se mover ou falar. Diversos estudos também estão examinando a relação entre a desregulação do ciclo circadiano e a maior incidência de paralisia do sono.
Fatores como transtornos de ansiedade, estresse pós-traumático, consumo de álcool, antidepressivos e psicofármacos estimulantes podem aumentar a probabilidade de ocorrência da paralisia do sono. No entanto, é importante lembrar que essa condição não costuma durar mais do que alguns minutos. Além disso, pessoas com horários de sono irregulares ou privação de sono são mais suscetíveis a experiências recorrentes dessa condição.

Como lidar com a paralisia do sono?
Se alguém experimentar a paralisia do sono, é aconselhável tentar focar a atenção em algo ao redor ou se comunicar com alguém próximo. Uma vez que a capacidade de movimento é recuperada, respirar profundamente pode ajudar a aliviar a sensação de agitação causada pela descarga de adrenalina. Além disso, compreender que o evento é temporário e não prejudicial pode reduzir a ansiedade durante a experiência.
Para aqueles que enfrentam com frequência, é recomendável adotar hábitos de sono mais saudáveis e procurar orientação de um profissional de saúde, como um neurologista, psicólogo ou médico do sono. Esses especialistas podem oferecer estratégias e tratamentos para minimizar a ocorrência dessa condição. Técnicas como terapia cognitivo-comportamental podem ser eficazes em ajudar os indivíduos a gerenciar o estresse e melhorar a qualidade do sono.
Quais são as recomendações para preveni-la?
Para prevenir a paralisia do sono, é essencial manter uma rotina de sono regular e saudável. Algumas dicas incluem:
- Estabelecer horários consistentes para dormir e acordar.
- Evitar o consumo de cafeína e álcool antes de dormir.
- Criar um ambiente de sono confortável e tranquilo.
- Praticar técnicas de relaxamento, como meditação ou exercícios de respiração.
- Adequar o ambiente de sono, mantendo-o escuro e silencioso, e evitar o uso de dispositivos eletrônicos antes de dormir, pois a luz azul pode interferir na produção de melatonina, o hormônio do sono.
Essas práticas podem ajudar a reduzir o risco de descomo entre o cérebro e os músculos, diminuindo a probabilidade de paralisia do sono. Manter um estilo de vida equilibrado e lidar com fatores estressores diários também pode contribuir para um sono mais tranquilo e restaurador.
Como a Organização Mundial da Saúde (OMS) trata a paralisia do sono?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a paralisia do sono como uma condição relacionada ao distúrbio do sono e aconselha que a conscientização sobre as características benignas dessa condição é fundamental para diminuir o estresse e a ansiedade associados. A OMS recomenda que a paralisia do sono seja abordada como parte de um tratamento abrangente de saúde mental e sono. Em suas orientações, a OMS destaca a importância de práticas de higiene do sono, como manter horários regulares de descanso, evitar estimulantes à noite e promover um ambiente propício ao sono. Além disso, a OMS recomenda que indivíduos que experienciam frequentes episódios de paralisia do sono consultem profissionais de saúde para avaliação e possíveis intervenções terapêuticas. Essas intervenções podem incluir desde ajustes na rotina de sono até apoio psicológico para lidar com experiências de ansiedade ou estresse relacionados à condição.