Nos últimos anos, o mundo da moda e da beleza tem sido invadido por uma tendência curiosa e envolvente: a estética de cores inspiradas em alimentos. Termos como “strawberry makeup” e “latte makeup” têm ganhado destaque nas redes sociais, capturando a atenção dos consumidores. Essa abordagem não é apenas uma escolha estética, mas uma estratégia cuidadosamente planejada para criar uma conexão sensorial com o público, utilizando a universalidade da comida como ponto de partida.
A escolha da cor de 2025, Mocha Mousse, exemplifica essa tendência. Combinando o tom do café com a suavidade de uma sobremesa, essa cor reflete a continuidade de uma estratégia que começou em 2023, quando a Pantone anunciou o Peach Fuzzy como a cor do ano. A Pantone, reconhecida por sua influência no design e na moda, baseia suas escolhas em análises de tendências culturais e sociais, buscando sempre explorar a sensorialidade.
Como a sinestesia está moldando experiências de consumo?
A sinestesia, que é a combinação de diferentes sensações, tem se tornado uma ferramenta poderosa no marketing. Marcas digitais, como a Rhode de Hailey Bieber, têm popularizado conceitos como o “strawberry makeup”, mesmo sem lojas físicas para oferecer experiências sensoriais diretas. A sinestesia permite que essas marcas criem uma conexão emocional com os consumidores, utilizando cores, texturas e nomes que evocam sensações familiares.
O olfato, em particular, desempenha um papel crucial nesse processo. Estudos indicam que o cheiro está diretamente ligado ao sistema límbico, responsável pelas emoções e memórias. No varejo, essa conexão é explorada por meio de fragrâncias exclusivas, enquanto no ambiente online, as marcas buscam traduzir essas experiências sensoriais através de embalagens e marketing visual.

Quais são os desafios das tendências efêmeras na moda?
O surgimento veloz de novas tendências levanta questões sobre ibilidade e inclusão. Termos como “bergamote hair” são frequentemente introduzidos em inglês, o que pode limitar o alcance a um público mais amplo. No entanto, colaborações locais, como a entre a Bacio di Latte e a Hope, mostram que é possível adaptar tendências globais a contextos nacionais, mantendo a relevância cultural.
Além disso, a velocidade com que essas tendências emergem e desaparecem pode causar saturação tanto para a indústria quanto para os consumidores. O impacto ambiental do consumo desenfreado também é uma preocupação crescente, destacando a necessidade de práticas mais sustentáveis no setor.
Por que a nostalgia se destaca em tempos de excesso de informações?
Em um mundo saturado de informações, produtos que evocam nostalgia têm ganhado espaço. Elementos que remetem ao ado oferecem um refúgio emocional, como o relançamento do brilho labial em formato de morango da Avon, um ícone dos anos 90. Esses produtos combinam nostalgia e sinestesia, criando uma conexão emocional com os consumidores.
Para muitos, a nostalgia serve como uma âncora em tempos de incerteza, proporcionando um sentimento de segurança e familiaridade. Essa tendência reflete a busca por experiências que combinem memórias e emoções, estimulando as empresas a desenvolverem estratégias que equilibrem inovação e autenticidade.
Como equilibrar tendência e identidade na construção de marca?
Para manter a relevância no mercado, é essencial que as empresas compreendam sua identidade antes de adotar novas tendências. A criatividade é fundamental para transmitir emoções e criar conexões profundas, especialmente no ambiente digital, onde a experiência sensorial é limitada. As marcas que conseguem se conectar com seus consumidores de forma consistente e autêntica têm mais chances de sucesso a longo prazo.
O desafio para o marketing será desenvolver estratégias que vão além das tendências ageiras, focando em inovação e conexões emocionais duradouras. As empresas que mantêm um diálogo constante com seus consumidores e se adaptam às suas necessidades estarão melhor posicionadas para prosperar em um mercado em constante evolução.